Como pensar em marketing: o caso Netflix
Que a Nefflix é um sucesso, isso ninguém duvida, mas será
que é um sucesso de marketing? Bom, vamos tentar responder a esse
questionamento.
Antes mesmo da empresa chegar ao Brasil em 05 de setembro
de 2011 já era um sucesso de território norte-americano. Mesmo antes do aluguel
de vídeos digitais eles já faziam sucesso, e foram um dos responsáveis pela
bancarrota da Blockbuster. Surgiu como uma alternativa aos esquecidinhos de
plantão, aquelas pessoas que sempre esqueciam de entregar os seus DVDs na data
e eram obrigados a pagar multas por dias de atraso. Com um sistema inovador, a
Netflix não cobrava pelos dias de atraso, bastava apenas devolver pelo correio
sem multas, e sem o inconveniente de ter que se locomover a loja física. Bom,
mas isso é uma história antiga, porque atualmente ninguém mais aluga os seus
vídeos nas antigas locadoras, o negócio agora é baixar em seus dispositivos
móveis e assistir no local que desejar. E nesse novo negócio, eles continuam
sendo um sucesso.
Esse sucesso deve-se a forma como foi precisa em entender
essa mudança em termos de comportamento do consumidor, entender de forma
sistematizada como os seus consumidores se relacionam com os seus produtos e
usar de forma estratégica essas informações.
Essa semana tivemos uma amostra de como a empresa consegue
usar as suas plataformas digitais para entender os seus consumidores. Foi
veiculado na mídia que eles conseguem saber em qual episódio de suas séries os
consumidores são “fisgados” e acabam por tornar-se consumidores fieis de
determinados seriados. Por exemplo, Arrow no 8o. episódio. Bates
Motel 2o. episódio. Breaking Bad 2o. episódio, e assim
por diante. Isso é o que chamamos de saber trabalhar os dados dos clientes.
Mais ainda, na revista Mundo Estranho da editora Abril, foi
apresentado dados mais precisos de seu Sistema de Inteligência de Marketing.
Com base em seu rico banco de dados a empresa sabe que cada usuário gasta
somente 1,5 segundos avaliando cada título – informações importante para
entender como surpreender seus clientes nesse momento. Que os consumidores só
prestam atenção das 3 primeiras fileiras
- assim esses são os locais onde as sérias mais importantes deverão
estar em destaque. Avaliam de 50 a 60 títulos antes de decidir – portanto a
variedade em seu portfólio de títulos é fundamental. Levam apenas 30 segundos
para ver o próximo episodio da série – uma certa compra por impulso. Escolhem
algo recomendado em 70% das vezes – a importância de suas sugestões para ajudar
o consumidor a escolher. Ficam 93 minutos em cada sessão – um indicativo que
esse tempo pode ser aumentado com estratégias pontuais.
Além dessas informações eles sabem que onde cada consumidor
assiste aos seus programas preferidos: 45% na TV ou smart TV; 27% no
computador; 21% no videogame ou Blue-ray; e 7% no celular ou tablete. Uma
informação importante para que possam trabalhar a qualidade de seus programas,
bem como para estratégias pontuais para cada plataforma.
Também possuem informações de seu relacionamento com a
empresa. Por exemplo, eles criam uma interface única para cada usuário com base
em seu histórico. Em suas recomendações, quanto mais a esquerda da tela, mais
indicado é para o assinante. Excelente estratégia, o que sempre destacamos como
uma forma de personalização do produto, no caso em questão, uma personalização
de sua oferta de acordo com o gosto individual de cada consumidor.
Por meio de testes para entender os seus consumidores, eles
sabem precisamente qual o local que você olha na tela. A área mais atraente é o
título principal no topo esquerdo. Mas,
como muitas pessoas não ligam para essa imagem, a figura se reverte nas
fileiras, no qual o foco se concentra nas imagens. Imagens essas que são
testadas meticulosamente. Periodicamente a empresa as muda para que possa
testar a sua interface. Assim, se o consumidor não prestou muita atenção a uma
determinada imagem, eles a mudam para torna-la mais atrativa. Assim trabalham
com um sistema de lançar e testar, já pregado por Seth Godin, no qual menciona
que na economia digital não existe espaço para exaustivas pesquisas de mercado,
é lançar e testar. Corrigir determinadas imperfeições e lançar novamente.
Isso sem dizer de outras estratégias brilhantes de usam
como fornecer um teste gratuito por 30 dias, uma amostra grátis para que os consumidores
possa experimentar o seu serviço antes de decidir a sua compra.
São estratégias de marketing muito bem formuladas. Assim,
podemos dizer que a Netflix também é um sucesso de marketing? Com toda a
certeza. E, o mais importante, podemos aprender com as suas estratégias.
Independente do porte da empresa, procure a todo momento conhecer os seus
consumidores. Lembre-se que nunca os consumidores estiveram tão dispostos a
compartilhar suas informações, basta apenas saber como capturar essas informações
e usá-las em favor de suas estratégia mercadológicas.
Tente fazer isso, não é difícil, basta apenas pensar em
marketing e ter foco no consumidor.