O consumidor mais conectado... o Neuromarketing explica?
Uma das “novidades” mais interessantes que as
tecnologias nos trouxeram foram a possibilidade de se manter conectados 24
horas por dia. Os dispositivos móveis, que praticamente são uma extensão de
nosso corpo, se tornaram uma parte integral de nossa vida. Tão integral que a
primeira coisa que muitos costumam fazer ao se levantar é... olhar o seu
celular. Não tem como fugir desta situação. Esta conectividade já faz parte de
nossos comportamentos mais enraizados. Isso pode ser um problema para as
empresas? Você, como gestor ou estudante de negócios, como enxerga este
panorama?
Naturalmente você
já pensou nesta situação, afinal, está inserido neste contexto, e acredito que
a sua organização está usando das mais modernas tecnologias digitais para
mapear o ciclo do cliente e constatar esta minha afirmação, não é mesmo? Mas, o
que será que passa dentro da cabeça do consumidor com este panorama que se
apresenta? Como o nosso cérebro consumista reage? Como fugir da armadilha da
conectividade? Bom, as descobertas em Neuromarketing bem como o estudo do comportamento
do consumidor podem nos dar “pistas” interessantes para compreender este fenômeno
tão presente em nosso dia a dia.
O problema da conexão
para as organizações é a queda de atenção por parte dos consumidores. Se
antigamente era mais fácil falar com os seus clientes, afinal, era costume sentar-se
para assistir televisão, ouvir rádio no caminho do trabalho, relaxar e ler um
bom livro, hoje a situação é diferente. Hoje assiste-se seriado expondo a sua
opinião no Twitter, como ocorreu com a avalanche de comentários na última temporada
de Games of Thrones; ouvimos rádio e falamos com os nossos amigos no Facebook,
ou postando nossa agenda do Instagram; e não conseguimos nos concentrar em
nossos livros porque nosso celular não para de avisar que temos mensagens de
nossos amigos no WhatsApp. Notou o problema? Queda de atenção.
Os estudos em
Neuromarketing mostram que somos incapazes de prestar a atenção em vários estímulos
ao mesmo tempo, com experimentos que mapeiam a atividade cerebral quando
recebemos determinados estímulos em condições programadas. O nosso cérebro mais
antigo, o reptiliano, ainda não se adaptou a tantas novidades presentes neste
novo contexto digital.
Se nossos antepassados mais antigos prestassem
atenção a mais de um estímulo, isso poderia significar a sua vida. Imagine-se na
savana de nossos antepassados. Você sai para caçar se fosse homem, ou coletar
se fosse mulher. Praticamente tudo ao seu lado poderia significar uma ameaça,
um predador que poderia colocar fim a sua vida. Portanto, o seu foco seria
apenas uma única tarefa, e deveria manter todos os seus sentidos em alerta: a
audição para ouvir o som de aproximação de um predador, a visão para enxerga em
longa distância e antever os passos de um animal selvagem, e o olfato para identificar
cheiros estranhos (é por isso que o cheiro de leões, para nós é desagradável,
aprendemos com a nossa evolução que isso é algo ruim e significa ameaça). Em resumo,
deveria estar focado, ou então... morte.
Manter o foco em
apenas uma atividade foi importante para manter a nossa sobrevivência, e como
você lembra de suas aulas de biologia, as características que nos ajudaram a sobreviver,
passamos de geração para geração para garantir a continuidade da espécie. Trata-se
de uma configuração física de nosso cérebro. E, estas configurações não podem
ser mudadas em pouco tempo. Note que este novo ambiente que nos encontramos é
uma fração mínima de tempo na história evolucionária da humanidade. Assim, ainda
temos esta configuração em nossa forma de pensar. Logo, não conseguimos focar
em vários estímulos ao mesmo tempo. É por isso que conectividade atrapalha a percepção
dos estímulos de Marketing.
É neste ponto que
se resume o grande desafio para as organizações. Como conversar com os seus
clientes frente a tantos estímulos que recebe do ambiente. Em épocas anteriores
também tínhamos muitos estímulos, e este desafio sempre existiu. O problema é
que com esta conectividade, estes problemas se multiplicaram. A geração de estímulo
que anteriormente podíamos “desligar”, hoje é quase que impossível. Mas, como
resolver esta situação?
Para escapar desta armadilha que a modernidade nos presenteou
você deve oferecer estímulos de Marketing que possam ser mais interessantes (fortes)
do que aqueles recebidos pelas redes sociais. Criar uma campanha inteligente
que possa envolver os seus clientes – propagandas inteligentes cativa a atenção
e viralizamos me nossa redes sociais; envolver os clientes em mensagens que
carreguem emoção, porque quando nos emocionamos nos envolvemos, nos sentimos
junto ao personagem, e assim... prestamos atenção; contar uma adequada história.
Fomos condicionados no decorrer de nossa existência a passar conhecimento por
meio de histórias, em consequência disso nosso cérebro foi aprendeu a prestar
mais atenção a este tipo de narrativa; conhecer o ciclo de compra dos clientes
para entender os momentos que ele estará mais disposto a compartilhar a sua atenção
com a organização.
E lembre-se sempre. Somente empresas que possuem um
foco no consumidor, que pensem em Marketing atingem este patamar de “garantir”
a atenção dos clientes em um mundo mais conectado. Sabe por quê? Porque o seu
foco é em seus clientes. Porque todas as suas ações são direcionadas para
satisfazer as suas necessidades e desejos. Isso é Marketing. Isso é o bom
Marketing.